A Menarca – a primeira menstruação

A primeira menstruação, a que no mundo científico se chama de menarca, representa um marco importante na vida de uma menina-mulher. Faz parte do processo de amadurecimento do corpo feminino e ocorre habitualmente entre 10 os 14 anos, mas em alguns casos acontece antes ou após este intervalo. Quando a menarca ocorre muito antes dos 10 anos ou aos 16 anos ainda não aconteceu, é relevante uma consulta médica para avaliação de saúde.

A menarca ocorre habitualmente após algumas modificações corporais, como uma alteração significativa na altura da criança, o aparecimento do broto mamário e pelos pubianos, por isso é possível ir preparando a criança para a sua chegada e para uma gestão natural e fisiológica do seu ciclo menstrual.

Ainda antes das alterações corporais surgirem, quanto mais natural for o contacto das crianças com a existência da menstruação, por exemplo, se estão presentes no wc sempre que a mãe troca a proteção que usa durante a sua menstruação, mais fácil é a transição e a aceitação da menstruação como algo natural.

Quanto melhor a relação com o corpo, com as suas alterações fisiológicas e com Ser feminino habitualmente menor sintomatologia relacionada com a presença da menstruação.

É importante dar um sentido ao ciclo menstrual e á própria menstruação. É importante perceber a ciclicidade da mulher, as alterações hormonais subjacentes e a sua relação com estados emocionais.

O Ciclo menstrual inicia-se no primeiro dia da menstruação e tem uma duração de 28 dias, podendo oscilar fisiologicamente entre 25 e 35 dias. Ciclos muito curtos, muito longos e/ou irregulares podem significar problemas de saúde e devem ser investigados. É aceitável que no período da adolescência, principalmente nos primeiros meses após a menarca os ciclos não sejam regulares. Muitas vezes perante a queixa de irregularidade da adolescente é prescrito um anticoncecional oral (pílula) com o objetivo de regular os ciclos menstruais, no entanto, os anticoncecionais não regulam o ciclo menstrual. A perda de sangue que surge no intervalo das embalagens é denominada de hemorragia de privação (do próprio anticoncecional) e não propriamente a menstruação fisiológica.

São 3 as fases que compõem o ciclo menstrual, e reconhecê-las ajuda a menina/mulher a percecionar melhor a sua saúde e o seu corpo, melhorando a sua relação física e emocional com o mesmo.

A fase folicular inicia-se no primeiro dia da menstruação e dura em média 12 dias num ciclo regular de 28 dias e caracteriza-se pelo amadurecimento folicular com vista a libertação de óvulo em simultâneo com o crescimento do revestimento uterino com vista a receber esse óvulo se fecundado. Nesta fase, o corrimento vaginal começa por ser inexistente ou escasso nos primeiros dias para se ir tornando um pouco mais presente ainda que esbranquiçado e pouco elástico, e à medida que se vai aproximando a fase ovulatória transforma-se num muco abundante, elástico e transparente. Apesar de não um padrão 100% exato, é habitual que o colo do útero no início da fase folicular (menstruação) esteja mais baixo, macio e aberto, e à medida que se aproxima da fase ovulatória fique mais alto. As emoções nesta fase vão-se modificando, sendo habitual, podermos observar algo como uma linda borboleta a sair do casulo. Ou seja, a mulher inicia a sua fase folicular com a menstruação, onde ainda se pode sentir fechada, necessidade de se isolar, de estar na concha, para se ir abrindo para o mundo à medida que os estrogénios aumentam.

A fase ovulatória, caracterizada pela libertação do óvulo e pela fertilidade associada a essa mesma libertação, ocorre num ciclo regular (em média de 28 dias) entre o 12º e o 14º dia do ciclo. Nesta fase, o corrimento vaginal está transparente e na sua elasticidade máxima, sendo bem abundante. O colo uterino estará provavelmente alto. Os estrogénios estão no máximo e como consequência a mulher sente mais desejo sexual, sente-se mais bonita e sedutora (muitas vezes nota-se alterações na escolha da roupa), podendo observar-se um cabelo e pele mais brilhantes. O óvulo depois de libertado tem uma duração máxima de 24h, mas dado que os espermatozoides podem viver em média até 5 dias dentro do corpo da mulher, é possível engravidar se tiverem ocorrido relações sexuais desprotegidas até 5 dias antes da ovulação.

A fase lútea é caracterizada pela segregação de progesterona pelo corpo lúteo (corpo amarelo) no ovário onde foi libertado o óvulo. Esta fase inicia-se após a ovulação e pode ser reconhecida através do aumento da temperatura basal (ao acordar) em 0,5º, pelas alterações no corrimento vaginal que deixa de ser fluido, elástico e transparente, para voltar a ficar espesso, esbranquiçado e em escassa quantidade e pelas alterações emocionais: a mulher fica menos extrovertida, viajando novamente para a concha. Podem também ser sentidos outros sintomas como tensão mamária e algumas alterações intestinais (mais probabilidade de obstipação). Nesta fase o endométrio (a camada interna do revestimento uterino) cresce ainda mais, preparando-se para receber o óvulo fecundado. Caso não ocorra fecundação, esta camada interna descama e inicia-se um novo ciclo com uma menstruação.

Dada a grande oscilação hormonal, a forma como a mulher interage com os outros é diferente ao longo do ciclo, seja do ponto de vista relacional ou sexual. Na fase ovulatória a mulher estará sem dúvida muito mais recetiva à comunicação e interação sexual, na fase lútea é provável que a mulher esteja menos recetiva ou recetiva a um contacto diferente, com mais proximidade, mais carinho, mais calma.

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Fonte imagem: https://bebemamae.com/sintomas-de-ovulacao

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