O Nascimento de JJ 20.01.2015 (Pais Amanda & Ryan)

Amanda é americana e já esteve grávida 3 vezes, das 3 vezes foi cuidada por parteiras e teve 3 partos fisiológicos, 2 em casa e 1 no hospital por prematuridade. O bebé prematuro (último bebé) infelizmente não sobreviveu pois era portador de uma deficiência incompatível com a vida. JJ surge nesta família como um bebé arco-íris e nasce de um maravilhoso mergulho de vida com os seus 4510gr.

Amanda é uma mulher empoderada no que diz respeito à sua capacidade de parir. Na primeira consulta disse-me “eu, na verdade, não preciso de uma parteira, é apenas uma questão de segurança para alguma eventualidade. Pode ficar tranquila que não lhe vou dar trabalho algum”. E assim foi…

Durante a gravidez, recebemos o resultado de uma ecografia com um bebé percentil 99, ou seja apenas 1% dos bebés naaquela idade gestational atingem aquele peso. Ao conversar sobre isto com Amanda, ela responde, eu prefiro um bebé grande, as minhas outras filhas tinham apenas 3 kg e eram muito frágeis, pelo que prefiro um bebé com mais de 4 kg. Dado que tinha feito uma consulta médica onde insistiam que um bebé grande era um risco, Amanda perguntou quais os riscos. Expliquei o risco de distócia de ombros (os ombros ficarem presos), ela pergunta qual a forma de prevenir/resolver e explico que a liberdade de movimentos e escolha de posição previnem e resolvem a maioria das situações e que a posição de 4 apoios é habitualmente a mais usada por permitir maior diâmetro pélvico. 

Amanda pergunta ainda, durante o acompnhamento em consulta, qual a minha disponibilidade habitual, explico os meus horários e também que tenho dois aniversários na família próximo à sua data provável de parto – ela responde não se preocupe que não vou incomodá-la nesses dias ou horas mais dificeis para si…e assim foi…

No dia 20.01.2015 liga às 15h (hora a que saía do meu trabalho) e informa rompeu a bolsa, mas que não preciso de ir porque ainda não tem contrações e que quando precisar de mim chama.

Perto das 20h ainda não tinha contactado, pelo que lhe ligo e ela responde que tem algumas contrações mas nada de especial, eu pergunto se quer que eu vá, ela fica na dúvida, eu lembro-a que estou a 1h de distância e ela aceita que eu vá.

Chego perto das 21h30, Amanda recebe-nos com um sorriso, extremamente calma e não sinais evidentes de contractilidade. As crianças já estão a dormir, o marido está a terminar de encher a piscina de parto e eu penso…ainda é cedo…

Pouco depois de chegar percebe-se que cado contração se evidencia um pouco mais, mas ainda assim extremamente discretas, Amanda vai ao wc e no regresso pergunta se pode entrar na piscina, respondo que sim, apesar de ter algumas dúvidas se seria o momento adequado.

Tão depressa Amanda entra como se percebe uma contração mais forte com uma vocalização diferente…olho e já se vê a cabecinha do bebé a exteriorizar…na contração seguinte ela muda de posição para 4 apoios e o bebé é expulso fácilmente, com uma circular de cordão. 

Percebemos que é um bebé grande, mas quando Amanda o recebe nos braços verbaliza que é bem pequeno…

Amanda & Ryan namoram o bebé com uma tranquilidade incrível. O bebé namora os pais calmo e sereno.

Por ser um quarto parto em pouco mais de 4 anos, a possibilidade de hemorragia pós-parto existe na minha cabeça de parteira, mas a água da piscina mantém-se translúcida mesmo após a saída da placenta.

No exame do períneo, visualizámos um períneo íntegro sem qualquer lesão ou mesmo pequenas escoriações, apesar de por ali ter passado um bebé de 4510gr.

Cerca de 2h pós-parto despedimo-nos da Amanda de pé, com o bebé nos braços, do lado de fora de sua casa.

Foi dos nascimentos mais incríveis que presenciei e pelo qual estarei eternamente grata.

Sónia Barbosa da Rocha

Enfª Parteira

Razão d’Ser

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Fotos Rita Rocha Photography e vídeo editado pela Razão d’Ser

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